segunda-feira, 29 de junho de 2009

A CIVILIZAÇÃO PERSA

A Civilização Persa
O Irã (atual nome da Pérsia) é um imenso planalto localizado na Ásia, a leste da Mesopotâmia, banhado ao note pelo mar Cáspio e ao sul pelo Golfo Pérsico e pelo mar de Omã.
Os Medos e os Persas
Co começo do século XVIII a. C., o Planalto do Irã foi invadido e conquistado pelos medos e pelos persas, povos de origem indo-européia, que penetraram na região pelo sul da Rússia. Os medos fixaram-se no norte e os persas no sul do planalto.
Quando os medos e os persas chegaram ao Irã, ainda não conheciam a organização política chamada Estado: organizavam-se em tribos pastoras e agricultoras e viviam num regime de comunidade primitiva.
Com a desagregação da comunidade primitiva, surgiram a comunidade privada, a escravidão e a divisão das sociedades em classes.
No século VIII a. C., as tribos medas se uniram dando origem ao reino da Média, um Estado forte cujo governo era monarquista absolutista.
O Império Persa
Ciro e Cambises (550-522 a. C.)
O processo de formação do Estado persa foi retardado pelos medos, pois durante muito tempo, os persas ficaram sob seu domínio, pagando-lhes tributos.
A unificação das tribos persas e a organização do Estado foi obra de Ciro, o grande, que venceu os medos tornando-se imperador desse povo e dos persas.
Com o império, desapareceu definitivamente o regime de comunidade primitiva que existia entre as tribos persas, aumentou a divisão da sociedade em classes, e a escravidão foi estimulada pelas conquistas de um Estado forte que submetia todas as tribos do Irã.
Ciro iniciou a formação do maior império da Antiguidade Oriental. Seus sucessores Cambises e Dario I complementaram suas conquistas e ampliaram o império cujo território se estendia até a Ásia Menos à Índia, englobando o Oriente Médio, incluindo o Egito.
A necessidade de conquistar outros povos e ampliar o Império se explica pelo extraordinário crescimento da população persa e pelos poucos recursos naturais da Pérsia, pois as terras férteis ali existentes não eram suficientes para atender às necessidades agrícolas dos seus habitantes.
Além disso, Ciro e seus sucessores imediatos aproveitaram-se da decadência dos outros impérios orientais para conquistá-los.
Vale destacar o tratamento dado por Ciro aos vencidos. Diferentemente dos assírios, por exemplo, ele não massacrava as populações dominadas. Pelo contrário, permitia a liberdade religiosa, respeitando os deuses e as crenças dos vencidos, e, em geral, concedia relativa autonomia às classes dominadas das regiões conquistadas.
Após a morte, Ciro foi substituído pelo seu filho Cambises, o conquistador do Egito.
Depois da conquista do Egito, Cambises, que pretendia conquistar Catargo – antiga colônia fundada pelos fenícios no norte da África - teve de voltar à Pérsia devido a uma série de lutas de independência, movidas por povos conquistados, e pelas tentativas internas de lhe tomar o trono.
Durante a viagem Cambises foi assassinado misteriosamente.
Dario I (521 – 486 a. C.)
A repressão às lutas internas e às revoltas nas províncias foi obra de Dario, um nobre de família de Ciro que se tornou imperador dos persas com o titulo de Dario I.
Dario I governou com vigor, mas com benevolência, sustentado por um forte e organizado exército.
Para facilitar a administração, Dario dividiu o império em várias províncias chamadas satrapias. Cada satapria era governada por um sátrapa, alto funcionário nomeado pelo imperador.
Os sátrapas tinham autoridade sobre a prática da justiça, a cobrança dos impostos e a administração das obras públicas. Entretanto, para impedir que os sátrapas abusassem do poder, Dario I nomeou, para cada satrapia, um general, comandante de tropas, e um secretário, que vigiava o sátrapa e mantinha o imperador informado sobre o que se passava na satrapia.
Sátrapas, generais e secretários, por sua vez, eram fiscalizados por inspetores conhecidos como “os olhos e ouvidos do rei”, que anualmente visitavam as províncias, acompanhados por uma poderosa guarda, a fim de investigar a conduta do governo das satrapias.
Para uma perfeita integração política e econômica, Dario I padronizou a moeda no império, criando o dárico. O dárico era uma espécie de moeda nacional que somente o rei podia cunhar.
Além disso, Dario I criou uma vasta rede de estradas, com o objetivo de integrar as diferentes regiões do império e de facilitar o comercio e o deslocamento das tropas, essas estradas ligavam principalmente as capitais do império: Susa, Sardes, Persépolis, Babilônia e Ecbátana.
O governo de Dario I marcou o apogeu do Império Persa e o início de sua decadência.
Embora Dario I, ao contrário de Ciro e Cambises, não desse muita ênfase às guerras de conquista o Império Persa, cada vez mais poderoso não podia deixar de se expandir. Essa inevitável política imperialista fez com que Dario se voltasse contra a Grécia, incorporando a Cítia, a Trácia e a Macedônia. Pouco depois, entretanto, as expedições de Mardônio (492 a.C.), Dantis (490 a.C.) e Xerxes (480 – 479 a.C.) fracassam completamente. Nos campos de Maratona, os célebres arqueiros persas sucumbem às falanges gregas. Animados, estes articulam novas manobras, reconquistando a Trácia, Chipre e todas as províncias da costa asiática. Em Platéia e Salamina, os gregos diziminam a esquadra persa a esquadra persa. Essas batalhas, que marcam o início da desintegração do império sonhado por Ciro, transferem o centro de gravidade do mundo para o Mar Egeu, relegando Susa e Babilônia ao segundo plano. Em 413 a.C., a Pérsia, aliada a Esparta, intervém na Guerra do Peloponeso, tomando posição contra Atenas. Terminado o conflito, persas e espartanos se desentendem sobre a questão das presas de guerra. O que leva a entrar em luta. Esse atrito enfraquece ainda mais o Império Persa, que, extremamente debilitado, vê recrudescer na Ásia Menor a revolta dos sátrapas. Após a morte de Artaxerxes III, em 338 a.C., sobrevém a catástrofe definitiva.
Finalmente, em 330 a.C., o império foi conquistado pelos gregos e macedônios, chefiados por Alexandre, o Grande, rei da Macedônia. O poderio Persa só seria restabelecido no séc. III da Era Cristã.
Economia e Sociedade
A base da economia persa foi à agricultura. A grande massa rural camponesa trabalhava nas extensas áreas de terra pertencentes às famílias aristocráticas.
Os camponeses eram responsáveis pela produção agrícola nacional, mas viviam miseravelmente, submetidos a um regime de servidão coletiva, sendo obrigados a entregar parte do que produziam para os senhores donos da terra. Além disso, eram obrigados a trabalhar de graça na construção de obras públicas como palácios, estradas e canais de irrigação.
O governo sugava a sociedade, cobrando altos impostos para sustentar sua luxuosa corte sua burocracia e seu exército.
Outra atividade econômica importante foi o comércio, realizado principalmente com a Fenícia, o Egito e a Índia.



Religião
A religião foi à realização cultural mais original e duradoura dos persas. Criada por Zoroastro ou Zaratustra, que vivera provavelmente no século VIII a.C., a religião persa admitia a existência de duas divindades que regiam o mundo: Aúra Masda e Arimã.
Aúra Masda era o deus da luz e do bem, o criador do céu, da Terra e do homem. Arimã era o deus das trevas e do mal. Aúra Masda e Arimã viviam em eterna luta, disputando a supremacia do universo.
Como o bem e o mal tinham a mesma força, era preciso que o homem agisse sempre com bondade, justiça e retidão, para que Masda finalmente triunfasse sobre Arimã e salvasse o mundo das forças do mal.
Essa religião dualista (luta entre o bem e o mal) era chamada masdeísmo, em homenagem a Masda, ou zoroastrismo, em homenagem ao seu fundador. Seus princípios religiosos estão contidos num livro sagrado chamado Zend-Avesta.
Os persas acreditavam numa vida após a morte, na imortalidade da alma, no juízo final e na vinda de um messias (salvador). Não construíam templos nem esculpiam estátuas de Masda, para adorá-lo. Apenas mantinham aceso o fogo sagrado que simbolizava a pureza e a luz de Aúra Masda.
Devido aos seus princípios morais e as suas pregações, o zoroastrismo influenciou largamente o cristianismo, o judaísmo (religião monoteísta criada pelos hebreus) e o islamismo (religião mulçumana criada por Maomé).
Artes
Observando as ruínas arquitetônicas e os baixos relevos da antiga Pérsia, concluímos que a arquitetura e a escultura daquela civilização eram formadas por uma combinação de elementos egípcios, babilônicos e assírios.
A arquitetura voltou-se quase que exclusivamente para a construção de palácios, pois os persas não construíram templos para o culto religioso.
Na escultura, de influência assíria, destacam-se os baixos relevos com função decorativa.
Vale, entretanto frisar que os persas foram importantes divulgadores das realizações intelectuais, das técnicas e das invenções dos povos que conquistaram.
Os persas apenas tiveram uma arte real, sem grande originalidade, pois o Irã não tinha tradições: e os diversos povos do império contribuíram com materiais, artesãos e técnicas, para a construção dos palácios.

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