segunda-feira, 29 de junho de 2009

ANALISE CRÍTICA SOBRE OS CAMINHOS EVOLUTIVOS DA EDUCAÇÃO TENDO COMO BASE O FILME “O NOME DA ROSA”

A educação sofreu várias mudanças através dos tempos, apesar ainda de estar longe do ideal, principalmente em nosso país, devido às diversas falhas e certo desinteresse por parte de nossa classe política. Mas vamos fazer primeiro uma análise através dos tempos.
Na antiguidade a educação era de certa forma restrita aos nobres, em algumas sociedades como a grega existiam cidades que educavam para uma determinada área, como Esparta, por exemplo, que educava e treinava seus jovens para serem grandes soldados, porém não era qualquer jovem que podia fazer parte dos exércitos espartanos, eles tinham que ser perfeitos fisicamente, qualquer deficiência o jovem era rejeitado pelos espartanos, ou seja, a descriminação a alguma pessoa somente pela aparência sem tomar conhecimento se tinha alguma outra habilidade que pudesse vir a suprir essa deficiência já acontecia há séculos atrás.
Na Idade Média o ensino era restrito aos nobres, que tinham seus filhos educados na maioria das vezes por membros do clero que tinham grande poder sobre praticamente tudo na época, as pessoas eram praticamente obrigadas a aceitar tudo o que a igreja impunha. Era ela que determinava o que era certo e o que era errado, pois quando alguma pessoa questionava ou se opunha a alguma decisão da igreja era julgada como herege e condenada a morrer queimada nas fogueiras da “Santa Inquisição”. E o pior é que as pessoas eram torturadas e obrigadas a confessar em público um erro que não havia cometido.
Nessa época a igreja determinava até os livros que deviam ou não ser traduzidos (pois os livros da época eram na maioria escritos em grego) e lidos e os que desobedecessem eram punidos. Membros de certas congregações também eram punidos, ou seja, nem dentro da própria igreja as pessoas podiam ter uma opinião ou questionar sobre algum assunto ou situação, o poder era todo restrito aos Beneditinos, que tinha como líder supremo o Papa. Podemos dizer que de certa forma os Papas da época foram além de tudo grandes ditadores, pois eram eles que determinavam tudo o que era certo ou errado, e não se importavam em matar para manter a ordem e demonstrar todo seu poder, o pior é que eles diziam que estavam matando em nome de Deus. A grande diferença entre os Papas e os ditadores que surgiram no decorrer da história, é que esses detinham o poder sobre certo país ou região, enquanto o Papa detinha o poder sobre grande parte do mundo. Isso per durou por séculos sem que as pessoas tivessem chance de mudar de vida.
Com o passar dos séculos foi havendo diversas revoluções, até mesmo dentro da igreja, o que acarretou várias mudanças na educação, às atitudes da igreja passou a ser questionada e com o poder abalado a igreja começou a perder o poder supremo do qual detinha, com isso a educação foi sendo ampliada, pois foram surgindo vários formadores de opiniões e começou também a surgir os grandes sociólogos e filósofos. Porém a educação formal ainda continuava restrita as pessoas das chamadas classes altas, no século XVII com a revolução inglesa e francesa houve o surgimento de novas classes sociais o clero e a nobreza perdeu grande parte do seu poder, que acabou se concentrando na mão da burguesia, porém a classe operaria continuava excluída, mas devido à revolução industrial e a necessidade de capacitar a mão-de-obra e claro com o crescimento do pensamento filosófico e sociológico a educação formal foi sendo estendida para essa classe, claro que de uma forma lenta e pouco a pouco foram surgindo escolas e universidades por todo o mundo, porem sempre existia um poder que controlava e determinava o que devia ou não ser ensinado. O fato de sempre ter alguém controlando as grades curriculares não é de exclusividade da antiguidade ou da idade média isso sempre ocorreu e ocorre em todos os países do mundo inclusive no nosso, o fato é que sempre temos que estar questionando e de certa forma contrariando esse ou aquele sistema, foi assim no passado é continuará sendo no futuro.
No nosso país, isso não foi diferente, com a colonização dos portugueses e a chegada de imigrantes de várias partes do mundo as classes sociais foram se formando. Em nosso país e como em todo o resto do mundo a educação formal era restrita aos nobres, as mudanças foram acontecendo de acordo com as mudanças ocorridas no mundo principalmente na Europa, claro de forma bem mais lenta, pois os membros da nobreza não tinham interesse em educar o povo. Os nobres mandavam seus filhos para estudar fora do país, principalmente em Paris e Lisboa, outro detalhe é que a educação era restrita aos homens, pouquíssimas mulheres conseguiam ter acesso à educação, muitas estudavam e aprendiam a ler e escrever em sua própria casa. A igreja também exercia grande influência em todas as áreas, punindo e impondo muitas coisas em nosso país, um exemplo do poder da igreja, foi um fato ocorrido já no final do século IXX ou inicio do século XX (não estou bem certo), quando uma mulher foi torturada por ordem da igreja por atestar como milagre os fatos ocorridos com padre Cícero, esses fatos não eram aceitos pela igreja e por isso ela foi punida. Com o passar dos anos, foram acontecendo varias revoluções em nosso país, inclusive revoluções culturais, como a semana da cultura de São Paulo em 1920, a partir daí vários fatores foram influenciando a educação em nosso país. Porém, em grande parte do século XX, o poder ficou concentrado nas mãos de governos militares que controlavam duramente o que devia ser ensinado nas escola. Matérias como Sociologia foram excluídas da grade curricular de nosso país, pois os militares não tinham interesse em formar cidadão conscientes e formadores de opinião. A sociologia foi substituída pela Educação Moral e Civismo e OSPB, nessas matérias os professores ensinavam somente o que os militares queriam e os alunos tinham aquilo como correto sem poder questionar.
Somente em 1986 com o fim do regime militar isso começou a mudar e em 1992 a sociologia foi novamente incorporada na nossa grade curricular. Porém nossa educação ainda esta longe de ser ideal, os sistemas adotados hoje, de certa forma, não estimula o pensamento dos alunos, as mudanças principalmente na forma de avaliar, ou seja, de dar as notas aos alunos esta cada vez mais maleável, isso faz com que o aluno tenha que se esforçar cada vez menos para obter a notas mínimas para se considerarem aprovados. Sem dizer num sistema chamado de “dependência”, onde o aluno reprovado em até três disciplinas avança de série, e fica “pagando” a matéria no ano seguinte. Nos não queremos ser radicais, mas de certa forma nosso pais esta formando analfabetos, alunos que tem um certificado de Ensino Médio e não sabem sequer fazer um calculo simples sem o auxilio da calculadora, ou redigir uma redação de forma correta. E a prova disso esta nos péssimos resultados obtidos pelos alunos nas provas do ENEM.
O fato é que existe muita coisa errada, desde sistemas educacionais adotados pelos nossos governantes, passando pelas péssimas condições físicas de nossas escolas e pela super desvalorização de nossos profissionais de educação. De concreto mesmo na educação de nosso país é que ela esta longe de ser a ideal e de atender as necessidades de nossas crianças, ou seja, esta longe de ser aquilo que nos diz o Governo Federal, ou seja, estamos longe de ter uma “ EDUCAÇÃO PARA TODOS”. Mas também não podemos perder as esperanças e continuar sempre lutando e fazendo o possível e o impossível, pra darmos as nossas crianças uma educação decente, aquela velha desculpa que ouvimos de certos profissionais de educação de que não fazem bem o seu trabalho porque não são valorizados como deveriam, para nós não serve, pois a pessoa que se dispõe a trabalhar com educação em nosso país tem que buscar ser valorizado e reconhecido por seus alunos, só assim ele terá consciência de ter feito um bom trabalho. Sem dizer também que qualquer pessoa tem consciência das péssimas condições de trabalho e da baixa remuneração, ou seja, aqueles que se dispõe a trabalhar com educação em nosso país tem que ser por muito amor e vocação, pois nossas crianças não podem pagar por nossas irresponsabilidades e por maus profissionais que ingressam no sistema educacional somente para ter um salário no final do mês, sem se importar se os alunos estão ou não aprendendo alguma coisa.

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