Uma História feita de mitos e desafios.
A HISTÓRIA da região tem sido, da chegada dos primeiros europeus à Amazônia até os dias atuais, uma trajetória de perdas e danos. E nela, a Amazônia tem sido vítima daquilo que ela tem de mais especial — sua magia, sua exuberância e sua riqueza.
Os primeiros conquistadores e colonizadores não se conformaram em ver aquela terra, que lhes parecia ser o paraíso terrestre, ocupada por povos que julgavam bárbaros, primitivos, rudes, preguiçosos e, possivelmente desprovidos de uma alma.
As ações à conquista e à manutenção da Amazônia - hoje patrimônio incontestável do povo brasileiro - constituem uma das mais belas páginas da história da humanidade. No curso, que durou quase 200 anos, sobraram coragem, determinação, desprendimento e incontáveis sacrifícios. Homens, em sua grande maioria, mas também mulheres e crianças; brancos, negros e, principalmente, índios, enfrentando dificuldades e vencendo desafios, levaram a tarefa gigantesca de desbravar tão grande e desconhecida região.
A chegada de Espanhóis e Portugueses
Em fins do século XV, Portugal e Espanha, com o apoio da Igreja Católica, acordaram pelo tratado de Tordesilhas a divisão das terras por descobrir, onde atualmente se situam a África e as Américas. Pelo combinado, grande parte do que se conhece hoje por Amazônia E realmente foram esses que tomaram a dianteira no reconhecimento da Região. A Francisco de Orellana, navegador espanhol, credita-se o descobrimento do grande rio, por ele navegado, desde a nascente, a sua foz, nos anos de 1540 e 1541. As narrativas fantasiosas do escrivão de bordo, Frei Gaspar de Carvajal, narrando à existência de mulheres guerreiras nas margens do grande rio, a Amazonas, são responsáveis pelo nome que hoje o identifica. Seguiram-se outras expedições espanholas com finalidade exploratória, até que franceses tentassem, no norte do Brasil, estabelecer a França Equinocial.
O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, foi o espanhol Vicente Pizon (em janeiro de 1500), que percorreu a foz do Amazonas, conheceu a ilha de Marajó e surpreendeu-se em ver que se tratava de uma das regiões mais intensamente povoadas do mundo então conhecido. Ficou admirado vendo a pororoca (fenômeno natural que fez com que mudasse o curso de navegação) e maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais volumoso rio do mundo que foi chamado por ele de Mar Dulce. Foi bem acolhido pelos índios da região. Mas, apesar de fantástica, sua viagem marca o primeiro choque cultural e o primeiro ato de violência contra os povos da Amazônia: Pizon aprisiona índios e os leva consigo para vender como escravos na Europa.
Com a chegada de Cabral em 1500 a coroa portuguesa expandia seu domínio na nova Terra, fazendo Salvador como um centro, onde as expedições patim para as Índias e para o sul até o Rio da Prata, isto faz com que a conquista da Amazônia retarde, pois os espanhóis seus “donos”, de acordo com o Tratado de Tordesilhas não deram muita importância ao território amazônico.
Os Fortes e Missões
Com a união da coroas Espanholas e Portuguesas, os espanhóis fazem o reconhecimento da área com Francisco de Orellana e Pizon, como também Pedro de Ursa e Lopes de Aguirre, mas não tem a pretensão de povoar, abrindo precedentes para invasores como franceses, holandeses, irlandeses e ingleses, que fazem contato com os nativos e mantêm boas relações e fundam fortificações por toda a Amazônia.
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA Esse fato fez com que a Coroa Portuguesa tomasse uma medida para conter a presença de estrangeiros que só poderia ser feita, através de uma ocupação militar que tivesse a função de expulsar os invasores e construir fortificações para guardar o território, designou oficiais como Jerônimo de Albuquerque, Diogo de Campos e Francisco Caldeira de Castelo Branco, que partiu para a Amazônia, no início do século XVII, onde expulsou os franceses de São Luis, Maranhão e fundou o Forte do Presépio em dezembro de 1615 e a cidade de Belém em 1616 no Pará, que marca o início
FORTE DO CASTELO – BELÉM - PA da ocupação portuguesa a Amazônia e a construção de outros fortes ao longo do rio Amazonas, Gurupi, Pauxis (Óbidos), Tapajós (Santarém) e São José do Rio Negro (Manaus). Essas missões tiveram um apoio importante dos religiosos como os Jesuítas, Carmelitas e Franciscanos que tinham a função de catequizar e melhorar o relacionamento do indígena com os portugueses.
A importância de Belém para a exploração.
A fundação de Belém foi de vital importância para os portugueses, pois dali partiu suas principais expedições com o intuito de conquistar o território amazônico, além de estar em uma posição estratégica, situada bem na foz do Amazonas principal porta de entrada para exploração do território.
Em 1637, o Capitão Pedro Teixeira, a frente de uma expedição cujo efetivo chegava a cerca de 2.500 pessoas, lançou-se para Oeste, contra a correnteza, pela calha do rio Amazonas, com a finalidade de reconhecer e explorar a região e colocar marcos de ocupação portuguesa, até aonde pudesse chegar. E assim foi feito. Valendo-se do conhecimento e da adaptação à selva de muitos índios que compunham a tripulação, levou sua missão até Quito, na América Espanhola. A expedição durou cerca de 2 anos, constitui feito memorável e de suma importância para o reconhecimento da presença portuguesa na Amazônia. Foi o único navegador de sua época a fazer o trajeto de ida e volta, saindo da foz para nascente e de volta a foz.
Muitas outras entradas e bandeiras foram empreendidas pelos luso-brasileiros à Amazônia, seja em busca do tão sonhado "El Dourado", seja para colher as chamadas "drogas do sertão", especiarias muito apreciadas à época.
Os reflexos da exploração
Conquistada a custo de sofrimentos e sacrifícios, a Amazônia precisava agora ser mantida. Era de se esperar que, além dos espanhóis, franceses, holandeses e ingleses, não se conformassem, pacificamente, com a posse portuguesa da Amazônia.
A história dos homens na Amazônia tem sido construída a partir de muitos conflitos: de um lado, a visão paradisíaca criada pela magia dos mitos da região e sobre a região; de outro, a violência cotidiana gerada pela permanente exploração da natureza e desencadeada pelos preconceitos em relação a ambos — homem e natureza.
Ao longo de quatro séculos perdeu-se, muito da identidade original do homem e os referenciais da vida anterior, face aos sucessivos e constantes choques culturais. Hoje, o homem da Amazônia procura reconstruir, sem cessar, uma nova identidade e uma nova forma de vida que lhe possibilitem harmonizar uma nova cultura com a conservação da natureza, os benefícios e o usufruto do progresso técnico e científico do mundo moderno.
O aumento da destruição da natureza é alarmante. Nas últimas décadas, enormes massas vegetais, que incluem madeiras nobres, vêm sendo queimadas impiedosamente. De 1500 a 1970, ou seja, em 470 anos, apenas 2% de toda a floresta amazônica havia sido destruído; em apenas 30 anos (1970 a 2000), segundo o INPE, 14% foi devastado. Trata-se de um desastre sem precedentes contra o maior patrimônio natural do planeta Terra, contra a economia e a sobrevivência dos habitantes naturais — caboclos, ribeirinhos, índios e outros. E, pode-se mesmo dizer, contra o futuro da região e das novas gerações que precisarão dela para viver.
Muito bom, gostei do texto.
ResponderExcluirTava imaginado entregar esse trabalho
ExcluirLegal,me ajudou muito no trabalho!
ResponderExcluirmuito legal.....
ResponderExcluirGostei muito, ajudou bastante no trabalho para o 6 ano da minha sobrinha.
ResponderExcluirmuito bom gostei da fonte e tirei dez no trabalho
ResponderExcluir1473\76
ResponderExcluir-carta apresentada ao rei D. Afonso V de Portugal pelo açoriano Fernão Teles. Do roteiro que então mostrou constava uma longa costa, com várias ilhas, baías e rios,
que ele declarava serem parte das Sete Cidades. Embora se acredite que pudesse ser a costa do Norte do Brasil, entre o Maranhão e o Ceará, com o delta do rio Parnaíba,
apenas se pode afirmar com certeza que aquele território se situaria na margem ocidental do Atlântico.finalmente em 1476 a carta solicitada foi concedida, mas não se
conhece a existência de qualquer expedição subsequente por parte daquele donatário..
1493
-Duarte Pacheco Pereira, navegador português que historiadores de Michigan defendem ter descoberto o Brasil, em 1493 (ou 1496)
1496
-Duarte Pacheco Pereira, navegador português que historiadores de Michigan defendem ter descoberto o Brasil, em 1493 (ou 1496)
1497
-Bartolomeu Dias, num desvio pela volta do mar, ao caminho da Índia, em 1497 chega a avistar o brasil que Duarte Pacheco Pereira descobriu em 1493
1498
-D. Manuel I encarregou Duarte Pacheco Pereira de uma expedição secreta, organizada com o objectivo de reconhecer as zonas situadas para além da linha de demarcação de
Tordesilhas (expedição que, partindo do Arquipélago de Cabo Verde, se acredita teria culminado com o descobrimento do Brasil, em algum ponto da costa entre o Maranhão
e o Pará, entre os meses de Novembro e Dezembro desse mesmo ano. Dali, teria acompanhado a costa Norte, alcançando a foz do rio Amazonas e a ilha do Marajó) (7) a
viagem esta descrita no livro esmeraldo de situ orbis
-duarte pacheco pereira descobrira a costa sul-americana ao norte do Amazonas, fora do brasil
amei me ajudou muito
ResponderExcluiralguem sabe a contribuicao dos europeus na formacao da amazo nia
ResponderExcluirótimo texto para leitura
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